“Seus olhos ainda brilhavam:
‘Antonio’, eu disse, ‘coragem! O que você tem?’ Ele não soube me responder: aquelas poucas palavras que nos manteve juntos por tantas horas estava emudecida! Eu o abracei. Ele olhou para mim e chorou. Finalmente, enquanto eu vigiava ansiosamente os seus lábios, depois de uma hora e com um esforço sobre-humano, ele conseguiu balbuciar: ‘Mario, tenho sorte de poder morrer nos braços de um camarada, que um dia poderá dizer aos operários como eu os considero’. Essas palavras ficarão guardadas no meu coração até os últimos momentos da minha vida.
O diretor da prisão, o médico e o capelão chegaram.
O médico não escondeu, com evidente desdém, a gravidade do caso:
‘Veja, Gramsci’, disse ele, com um sorriso malicioso, ‘suas condições são o que são… Você não pode mais resistir ao regime carcerário, aceite o perdão oferecido pelo Duce…’
O padre interveio: ‘Pense na sua mãe’, disse ele, ‘Pense nos seus filhos’.
Gramsci conseguiu levantar o braço, como costumava fazer nos momentos de irritação e, partindo o ar com a mão estendida, falou com a voz fraca:
‘Você, capelão, é o guardião das almas, não é? Existem duas vidas: a do espírito e a da matéria, certo? Qual você quer que eu salve? O perdão poderia salvar meu corpo, mas mataria meu espírito. Você compreende?’
Gramsci, arrastou a sua vida por mais quatro anos. Ele defendeu seu espírito até a morte, socraticamente.
Ele foi um mestre para nós, mesmo quando estava morrendo!”
Recordações de Mario Garuglieri, companheiro de cárcere de Gramsci.
Società, n. 7-8, 1946
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